A
liberação de R$ 15,9 bilhões de contas inativas do PIS/Pasep deverá engordar o
caixa do comércio varejista no País em R$ 4 bilhões, segundo cálculos da
Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
"O
montante equivale a cerca de um terço da força que a liberação do FGTS (Fundo
de Garantia do Tempo de Serviço) teve sobre o varejo. É muito bem-vindo nesse
momento de inflexão das vendas", ressaltou Fabio Bentes, chefe do
Departamento Econômico da CNC, responsável pelo cálculo.
A
liberação dos recursos do PIS/Pasep foi anunciada ontem pelo presidente Michel
Temer. Terão direito ao benefício mulheres com mais de 62 anos e homens com
mais de 65 anos. Até então, os recursos só eram liberados quando os
beneficiários completavam 70 anos. Os saques serão permitidos a partir de
outubro e oito milhões de pessoas serão contempladas. Segundo o Ministério do
Planejamento, a maioria dos cotistas receberá cerca de R$ 750, embora o
presidente tenha declarado que a média dos pagamentos seria de R$ 1.200 por
pessoa.
Voo de galinha
O
professor da FGV Ebape, Istvan Kasznar, diz que a medida é bem-vinda por
permitir a disponibilidade de renda da população de baixa renda. A tendência,
aponta, é que o destino dos recursos seja o pagamento de dívidas de curto prazo
e algum consumo. Ele alerta que o efeito da liberação de R$ 15,9 bilhões em
PIS/Pasep é marginal diante do quadro econômico e fiscal. "É uma medida
que tem fôlego curto. Não permite mais que um voo de galinha." (AE)
Quinta-feira
24 de agosto, 2017 ás 00hs05
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