O
Brasil está entre os 51 países mais suscetíveis à prevalência da desnutrição,
segundo o relatório anual sobre segurança alimentar e nutricional da
Organização das Nações Unidas (ONU). O país está ao lado de Etiópia, Indonésia
e outros países na África Oriental e Ásia Central.
De
acordo com o estudo, um dos motivos para o resultado está no convívio com
climas extremas — de secas severas a inundações — entre os anos de 2011 e 2016.
Países que enfrentam choques climáticas por mais de três anos têm, em média,
mais que o dobro de pessoas subnutridas.
A
fome do mundo voltou a crescer em 2016 após mais de uma década em declínio e
agora atinge cerca de 821 milhões de pessoas. Segundo a ONU, a fome é pior em
países com sistema agrícola altamente sensíveis a variabilidade da temperatura
e onde o sustento de grande parte da população depende da agricultura.
O
relatório aponta ainda que são esses países os mais afetados pelas mudanças
climáticas: os dias mais quentes estão se tornando mais quentes e mais
frequentes. O calor extremo leva ao aumento da mortalidade e a menor capacidade
de trabalho, por exemplo. No Brasil, as altas temperaturas e os períodos mais
longos de seca são resultados do fenômeno El Niño.
Com
a desaceleração da economia na América Latina, ficou reduzida a capacidade dos
governos de lidarem com as consequências dos eventos climáticos, o que
colaborou com o agravamento da desnutrição.
Além
dos fatores climáticos, o estudo aponta para a crise a pobreza como fatores
determinantes para a insegurança alimentar. Se a produtividade agrícola cai, a
produção de alimentos e os padrões de cultivo também diminuem. São os mais
pobres os mais afetados pela piora da disponibilidade, qualidade, quantidade e
diversidade de alimentos consumidos.
Números da desnutrição:
–
Segundo a ONU, o número de pessoas subnutridas no mundo é de 821 milhões;
–
151 milhões de crianças menores de cinco anos sofrem com atraso no crescimento
(estatura baixa para idade);
–
Uma em cada três mulheres em idade reprodutiva é anêmica; no Brasil, são cerca
de 15 milhões de mulheres;
–
Um em cada oito adultos é obeso; no total, são mais de 672 milhões de pessoas
(a obesidade pode estar ligadas à carência alimentar. Há chance de desnutrição
mesmo com a oferta de alimentos, porém, com poucos nutrientes);
–
No Brasil, são cerca de 33 milhões de adultos obesos;
–
Mais de 38 milhões de crianças menores de cinco anos estão acima do peso no
mundo.
(Com
informações da FolhaPress)
Terça-feira,
11 de setembro, 2018 ás 10:30
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